domingo, 29 de junho de 2008

Análise de conteúdo




Análise de conteúdo


A expressão “análise de conteúdo” refere-se a técnicas usualmente utilizadas pelas Ciências Sociais para a exploração de documentos, não abrangendo, portanto os tipos de análise que recaem no âmbito da linguística e da literatura.
Trata-se de uma técnica de investigação que visa descrição objectiva, sistemática e quantitativa de conteúdo manifesto da comunicação.
As etapas seguidas nesta análise correspondem às seguintes fases:
- Leitura inicial dos documentos, para uma apreensão das suas características e avaliação das possibilidades de análise;
- Determinação dos objectivos da análise de acordo com as hipóteses emitidas.
Na análise das redacções “Se eu fosse professor” partir-se-á da hipótese de que esses textos exprimem a identificação do aluno com um modelo de conduta pedagógica que traduz a sua concepção do bom professor.
A leitura desses documentos poderá revelar que essa definição se faz muitas vezes pela negativa ou pelo estabelecimento de contrates, leva-nos a considerar a possibilidade de modelos antitéticos, isto é, do bom e do mau professor;
- Determinação das regras de codificação, passando-se a considerar como unidade de enumeração ou de contagem cada redacção, unidade de registo ou unidade de significação a codificar, tendo em vista a categorização e contagem de frequência, a preposição.
Por preposição entende-se uma afirmação, uma declaração, um juízo (ou uma interrogação ou negação), uma frase ou um elemento de frase, que estabeleça uma relação lógica entre dois ou mais termos, e que, em princípio, é uma unidade auto-suficiente.
A técnica a usar será a técnica de “tesoura e cola”, isto é, o texto é dividido em fragmentos que são distribuídos por várias categorias, as quais poderão ser reformuladas à medida que vão surgindo novo elementos.
A unidade de contexto é um segmento da mensagem cujo tamanho é superior à unidade de registo e que ajuda a apreender a significação exacta da unidade de registo (parágrafo).
Cada categoria é definida operacionalmente pelos seus indicadores, e cujo levantamento se deve proceder exaustivamente.
A determinação das categorias deverá obedecer a critérios de coerência, homogeneidade, exclusividade recíproca e exaustividade.
A título de exemplo:
“Se eu fosse professor”
(Explica tudo com calma e paciência) e repetia as vezes que fossem precisas! Não mandaria trabalhos para casa! Mas sim, apenas estudar as lições num livro apropriado! Cada vez que desse um ponto os alunos o corrigiriam como soubessem! Nunca lhes batia! Apenas quando chegassem atrasados ou tivessem falta de respeito ou mau comportamento iriam para a rua!
As unidades de registo são indicadas pelos segmentos de recta.
A análise desta parte do texto permite-nos determinar um modelo de professor, um modelo do bom professor.
Categoria – Bom professor
Subcategorias – Bom organizador do processo de ensino - aprendizagem
Bom organizador da relação
Indicadores – “explicava tudo com calma”
“repetia as vezes que fossem precisas”
Análise de sequências e contagem das frequências
Distinguir-se-á uma nova sequência cada vez que sucede uma mudança de sujeito ou a passagem da narração à descrição à explicação, etc.
A validade e a fidelidade das categorias devem ser testadas, submetendo o mesmo texto a vários analistas.

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